Estou aqui no bar, esperando não sei o que. Ou quem sabe não sei quem. Nem precisa falar, a posição de quem espera realmente não é das melhores.
Mas espero, num bar em frente ao metrô vergueiro, em São Paulo e eu sei que é triste, ou falta de habilidade na escrita, mas minhas histórias tem endereço. Quem conhece a região sabe que é cheia de faculdades por perto o que faz qualquer bar lotar com uma garotada que é muito boa em gritar. Quem não é bom, como eu, acaba entrando na onda depois da segunda dose.
Bom, o bar, não tem nada de surpreendente é lugar pra comer algo rápido e sair. Lanche, kibe, beirute. Eu bebo, espero, peço a Deus salvação. Logo na entrada a mensagem “Kantinho do pão de queijo”. Com K mesmo. Pintado nuns azulejos, uma coisa meio Brasil imperial.
O espremedor de sucos avisa. Esperar é desesperador. Mais uma cerveja, as moças e os cappuccinos. Sinto o frio na espinha, escolhi esperar no lado de fora e faz um frio matador. O espremedor de suco silencia. Eu aprendo, se for esperar escolha um bom lugar.
Cantinho é kantinho, então pegue sua blusa e espere ser bem atendido, hoje em dia tá dificil, mas desisti do cappuccino, vai uma cerveja e uma coxinha pra variar.
A moça ao lado grita, deve ser um outro aviso, o nunca existe. Coxinha no microondas é pecado capital. Dai o nunca, se for coxinha desiste de esquentar a bichinha. Esquentar vale pra mim e não pra ela. Resseca a casca, fode a vida.
Vai dando a hora, a minha e da garotada que grita. Peço a saidera, sorrisos médios, sorrisos falsos, verdadeiros sorrisos de quem já bebeu demais. Não vi sorriso melhor que o da lixeira que nos recebe na entrada, aquela de palhaço em parque de criança, saca, com a boca aberta?
Preciso de um banheiro, antes disso nota 6 para o bar de cerveja a preço justo e espremedor de sucos esperto.
Kantinho do pão de queijo
R. Vergueiro, 745 – LiberdadeSão Paulo – SP
E o microondas tira a dignidade da coxinha! Porque coxinha ou é na hora ou é fria!
Morte ao microondas e ao seu esquentar tão frio!