As paredes não enxergam Mas dizem que tem ouvidos Beliscam azulejos, beijam cotovelos Os loucos fazem o impossível Deita sobre a relva o amor Que se desfaz em orvalho na grama Só entende quem ama! Mas tudo está por dizer Nada NUNCA foi feito E sem feito nada será Cubro o rosto com a capa Mas capa aqui não há Os murmúrios me adoecem Prefiro os gritos e os risosSeguro o peito que deita lágrimasNão há sinal de gosto ou desgosto Se chora por tudo, principalmente por nadaEscorre o que corre pelo rostoQuantos quilos tem o arrependimento?Sigo reto nessa estrada? Ou paro e fico um pouco? Queria gritar, mas já fiquei rouco Queria correr, mas já estou mortoNão há volta que permita consertar Fecha o olho, limpa a cara e vaiPesa mais que cimento o sentimentoOutras vezes vai magoar Quantas vezes vai sofrer? Quantas horas vai chorar? Quem quer viver pra sempre? Repetir os mesmos erros? Quem quer morrer hoje?Outros erros vai cometerE não ter tempo de comete-los?