Hoje eu senti uma falta tremenda daquele menino dos olhos cor de céu feliz…
Tudo bem que muitas vezes ele falava coisas que eu não entendia,
mas ele falava com uma empolgação que era difícil eu não me animar,
com certeza ninguém consegue tão bem não se cativar com ele.
Ah o jeito como ele mordia minhas maçãs só para me irritar,
isso era a coisa que mais me fazia sorriso por dentro.
Mesmo que as vezes eu tivesse que ser firme para frear o humor juvenil dele,
por vezes meu coração era partido, porque eu queria deixar,
deixar que ele fosse até a lua, mas eu tinha medo de não conseguir buscá-lo.
E eu sabia que ele teria medo também, medo de olhar nos meus olhos e ser repreendido.
Ele tinha uma aura meio azul clarinho e meio girassol
que não deixava que o resto do mundo o contagiasse com tanta tristeza ou qualquer meio hipócrita.
As palavras por vezes foram perdidas diante de uma chamada,
mas só de ouvir a respiração dele e saber que ele estava ali pra mim era o suficiente,
como se não bastasse ele rompia esse silêncio divino só para cantarolar,
tão docilmente que conseguia derrubar qualquer muro que eu tentasse construir ao meu redor.
Seu cantar não era de um todo afinado, mas era no tom de um amor tão puro…
O mais bizarro é que o nosso abraço se envolvia pelos braços,
cabelos entravam num enlace quase tão bonito quanto eclipses lunares,
os rostos ficavam tão harmoniosamente que eu me assustei demais
para admitir o quanto eu gostava da sua presença felina, que só se esquivava de mim,
se eu insistisse em olhá-lo sem pudor.
Ah meu príncipe, como ainda posso ver o por do sol sem o reflexo da luz emanada por todo o seu ser?
Como ainda posso ver tanta beleza no mundo sem os seus comentários descabidos?