18/08/2016 Zumbido Fugaz

O passado trás presente

O seu nome ecoa na minha mente Como o sino que insiste Em avisar sobre a missa das 18h O seu corpo comprime meus anseios Mas trás a tona os mesmos medos dos 16 anos Quando eu te vejo chegar um carro bate E eu não sei mais dizer se ainda são 14 cores que […]

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03/02/2014 Sonhos Viciados

Piazzas I

Hélio Oiticica beija minha mão esquerda enquanto eu tento esconder opiáceos dos guardas e malandros dessa rua antiga e sem dono. Me escondo nos paralelos invisíveis da tua língua morta sem tradutores e dicionários. […]

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26/09/2015 Gritos do Nada

Vidraça

Não serei mais vidraça pro seu grito de guerra Nem admitirei ser fraco ou omisso Aqui quem fala é que nunca espera É quem fez de verdade da luta compromisso. Não aceito seu preconceito descabido Sua neura e sua falta de argumento Me deixe então com meu livre arbítrio! Já que não me é possível […]

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Reza em hospital

19/01/2024 Sonhos Viciados

Tento lembrar se existia paz quando minha única morada eram as ruas líquidas do ventre da minha mãe.

Reza em hospital.

Peço a Deus ao menos os grunhidos das crianças lá fora. 

Mergulho no meu mais triste silêncio.

Os doutores, os relatórios, os sinais perversos dos desastres naturais que nos arrebatem.

Eu rezo, quem sabe a sorte sufoque o amanhã.

O turno, os operários, a lembrança mais remota que tenho é uma cidade do interior.

Regressão num leito frio. A terapia que antecede a morte.

Eu rezo. As vezes eu quero ir embora, hoje eu não vou. Do que será que sonham as máquinas?

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Jogadas ao vento

24/12/2022 Gritos do Nada
As paredes não enxergam
Mas dizem que tem ouvidos

Beliscam azulejos, beijam cotovelos
Os loucos fazem o impossível

Deita sobre a relva o amor
Que se desfaz em orvalho na grama

Só entende quem ama!
Mas tudo está por dizer

Nada NUNCA foi feito
E sem feito nada será

Cubro o rosto com a capa
Mas capa aqui não há 

Os murmúrios me adoecem
Prefiro os gritos e os risos
Seguro o peito que deita lágrimas
Escorre o que corre pelo rosto
Não há sinal de gosto ou desgosto Se chora por tudo, principalmente por nada
Sigo reto nessa estrada? Ou paro e fico um pouco? Queria gritar, mas já fiquei rouco Queria correr, mas já estou morto
Quantos quilos tem o arrependimento?
Pesa mais que cimento o sentimento
Não há volta que permita consertar Fecha o olho, limpa a cara e vai
Outros erros vai cometer
Outras vezes vai magoar Quantas vezes vai sofrer? Quantas horas vai chorar? Quem quer viver pra sempre? Repetir os mesmos erros? Quem quer morrer hoje?
E não ter tempo de comete-los?
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Ruas, pessoas e perdidos

22/12/2022 Coletivo

Rua, pessoas e movimentos estreitos
Olho pra fora, o mundo já não é o mesmo

Prende a respiração, segura o choro
Olho pra dentro, vazio e desespero.

No chão bitucas de sorrisos
No céu o canto triste das estrelas

Tudo é meio, nada é fim
Os mesmos erros que não canso de repetir

Toda noite eles cantam pra mim
Amanhã, pessoas e movimentos estreitos

Suicídio lento, um dia por vez

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Uma piñata feita com uma mochila Rappi

26/08/2020 Sonhos Viciados
Breque dos Apps

Uma piñata feita com uma mochila Rappi.
A ideia não é minha, uma pena.
Achei deliciosa e triste.

O que será que leva dentro?
Entrega o lanche putrefado da história dos nossos dias de delírio?

O mundo 4.0. A internet das coisas que colocaram na nossa cabeça.
Estas ideias que não são tuas, nem minhas.

Uma piñata feita com a mochila do Rappi.
Essa ideia não é minha, nem tua.

Entrega em 24 horas.
Carteira de trabalho verde amarela.
Agora você deve agradecer
pra ter um lugar pra por teu nome.

Essa energia está mim, está em você.
Uma piñata feita com uma mochila Rappi
Eu daria dois duros golpes, amarraria no poste,
ou usaria uma navalha pra acabar logo com isso. [não fuja pra Alemanha, caro deputado]

Uma piñata que leva na sua carne o mundo moderno,
pós-verdade, tudo corre livre [até tuas ideias sujas e antiquadas.]

As crianças já se agitam.
O que será que leva dentro?
O suor triste do operário?

O sorriso torto de uma alegoria
delicadamente programada pra apanhar & morrer.

Votar 38, lustrar uma .40, adorar um Deus

É muito fácil ser valente,
amontoar opiniões & cultivar estas ideias ultrapassadas.
Quando os mais frágeis estão delicadamente
expostos & aprisionados
para apanhar & morrer.

Imagem: Roberto Parizotti/Fotos Publicas

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Eles dizem pra eu consumir

22/03/2019 Gritos do Nada

Eles dizem pra eu consumir
Logo eles que me consomem

Eles que pagam com grana
Aquilo que não se recupera

Dizem que a grana compra a satisfação
De ter algo feito com o tempo de alguém

Eles dizem pra eu consumir
Logo eu que queria só viver

Mas a grana paga o tempo que perdi?
Compro sorrisos de plástico na prateleira?

É tudo comércio e comercial
Vivem eles vampiros do meu tempo

É vida essa vida automática?
Do horário, do salário e do aceitar?

Eles dizem que é pra eu consumir
Logo eles que me deixam apenas existir

Finge aí um sorriso e fica bonito na foto
Você morre e sobra seu sorriso sem graça

Disseram que o tempo não tem preço
Que viver é um valor inestimável

Mas é por hora que eu recebo e lamento
Pois vendo barato cada minuto que me falta

É… Eles dizem que é pra eu acreditar
Vem no comercial que é só querer

Fico olhando a moça negra favelada
3 horas pra ir 3 pra voltar no busão

Pouco estudo muito trampo
Pouco salário muito tranco

Me responde aí que eu me perdi
Será que ela quis ser miserável então?

Eles dizem que é pra eu consumir
Posso estar ficando bobo, sei não

Mas o dinheiro que eles pagam
Pela vida que desperdiço

Eles querem de volta
Pra reiniciar esse ciclo…

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Recordar é viver

24/05/2011 Gritos do Nada

Eu sou Cafona!

Ser feliz é um fardo! Melhor dizendo: Tentar ser feliz é um fardo! Tem essa idéia boba, estranha, de que devemos procurar a felicidade acima de tudo, que é ela que interessa e blablabla… Seria bom saber o que é essa felicidade que a gente procura, lotando as ruas de carros, os ônibus e trens […]

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30/03/2009 Colunas - Gritos do Nada

Pras cucuias

Eu não sei meu destino… E nem tenho mais saco de olhar O horóscopo ou as notícias… Talvez meu destino seja vagar Pra longe eu me ofereço Com o tenis cansado nos pés E nem pra trás eu quero olhar Pra não arriscar nenhum revés Cadê aquelas placas amarelas? Malditas indicações com setas a apontar […]

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27/12/2010 Colunas - Gritos do Nada

Último Romance…

Um ano, dois sei lá…Acho que minha vida inteira podia esperar…Pelo amor mais que certo que lhe tenhoPela esperança gostosa de te beijar Ah essa história incompletaQue é mais inteira que todas as que já viviQue parece que vai arrastar-se por décadasÚnica história que me ouviu dizer: Me arrependi Será meu ultimo romance? Será?Olha sua […]

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30/04/2014 Sonhos Viciados
Só restou os desavisados, ficarei eternamente preso no segundo que antecede o primeiro raio de luz da manhã.

Mergulho nos teus muros vigiados

02/04/2012 Colunas - Sonhos Viciados

Eu não conheço Guggenheim

Eu não conheço Guggenheim. Nenhum deles. Minha arte moderna é deixar de beber tanto. Não dormir na calçada, lembrar de tudo no dia seguinte. Camisetas velhas e tênis surrados ainda são duas constantes. Mas um dia a gente cresce, quem sabe? Visita o MOMA. Muda de cabelo, vai pra um novo emprego. Minha arte moderna […]

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01/09/2012 Gritos do Nada

Entre Dentes

Impossível entender essa corrida toda Mesmo que eu esteja no meio dela… Tem algo de insâno nas lotação dos ônibus Por que que estão todos correndo pro mesmo lugar? Não me conformo, mas isso é muito mais amplo Não gostar e reclamar faz parte disso tudo Um sorriso entre as caras fechadas é que seria […]

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Artista



Acervo público Metropolitan Museum of Arts, créditos: