Eu senti o teu descanço tão longe do meu…
Na profundidade do teu sono eu ouvia
”To die by your side such a heavenly way to die…”
e nada por aqui restava.
Que respiração afinada
eu via os lás pra lá e os mis pra mim.
Eu podia ter a sensação de tocar nuvens
quando os fios dos seus cabelos
ficavam perdidos em meus dedos…
Seus lábios entravam em descompasso
perdidos um do outro num sono que nada duraria.
Foi uma surpresa ou realmente você é surpreendente pra mim?
Noites passadas com pequenas piscadas não fazem meu gênero
só que quando pensei em tentar dormir a claridade
do dia já competia com a luminosidade do seu semblante
naquele quarto que se aquecia com o teu calor.
Restava-me aproveitar por mais uns instantes antes de partir
tocar seu corpo enganado pelo sossego do sono
e poder ir compartilhando os primeiros movimentos do seu despertar…
Ah que divino!
Eu soube aproveitar as conversas no fim desse domingo
deixei-me enlouquecer pelos carinhos que destoaram
as cores do escuro total para uma combinação de vermelhos
junto com a sua delicadeza animal, tão envolvente e fatal.
Você me fez suspirar e não desejar outros desertos
que não a sensação de folgaréu que era causada
que era sentida diante daqueles corpos juntos e enlaçados…
Que me deixou sem querer outras fontes de alimento
que não fosse o mel da tua boca.
Aqueles instantes me ludibriaram, eu nem sei de nada
não consigo decidir o que mais me encanta em você…
As boas conversas? Compatibilidade corporal?
Pequenas lindas ações? O passar das mãos pelos cabelos
jogando-o fazendo com que volte para o mesmo lugar?
o sorriso juvenil? Ah, como eu queria saber…
Mas nos despedimos sem muito se importar
como se tivesse sido uma noite qualquer
terminada com café e adoçante e um cigarro para levantar
e bom trabalho pirralha!
Trecho em inglês da música There is a light that never goes out dos Smiths…
Imagem: http://dottiedrankhere.wordpress.com/