Estilhaços de sua carne,
ficam de brinde no meu tapete.
Saqueadores invadem o hall da minha segurança
e pederastas avançam como hienas na carniça.
Radicais esperam a terra prometida,
virgens seduzem velhos com o cheiro.
Não dito as regras – só conto moedas.
Vígio a nulidade das últimas madrugadas.
Aproveitadores sorriem para o sangue
O meu e o seu misturados no chão
Entre as botas e as patas sujas
Dos soldados e dos seus cães
Miro a rua deserta e o silêncio
O escuro da noite parece um bom lugar
Desisto de me salvar e vivo o momento
Sorrio pras facas que insistem em cortar
As mulheres se cansam, solitárias, esperando heróis
Enquanto homens saem felizes e mais pobres do puteiro
Revolucionários apanham da policia em protestos
Enquanto seus líderes enchem os narizes de pó estrangeiro
Os punhos fechados e cortados
E seu rosto exala medo minha flor
A vida segue impura pelo sangue
E dou risada, fingindo não ter dor
Suas pernas me prendem o respirar
E sua flor digna se molha entre as pernas
No arfante molestar de seus gemidos
Desejo ser a só dor que tanto esperas
Destruição de sonhos à primeira porta
Na segunda já será um resto sem vida
Espere sentando por alguém que se importa
Com as falhas que nos levam às saídas
Sou um pouco de sal sem gosto
Um rosto de desgosto falso
Destruído pelo morno fosco
De ser, mas não ser mais raro!
Vigilante com más companhias.
Aguardo no seu descanso,
me alimento da ideia
de romper as suas vistas