Fê Fetiche

06/08/2012 Sonhos Viciados

As estudantes de moda voltam a freqüentar os bares capengas que amargaram um mês de solidão. Elas voltam pra humilde companhia de breacos e seres sem luz que sempre pedem mais uma dose no final.

As estudantes de moda trazem junto garotões sedentos por uma chance, uma noite e junto deles camisetas Abercrombie recheadas de bíceps e peitorais inflados por litros de leite ninho e derivados.

Todos sabem, elas trazem graça ao local conduzidas por tímidas doses de cerveja e euforia típica de suas idades. Calças wet legging. Batom rose e camisas xadrez. Daqui seis meses tudo volta ao normal.

Coxas tatuadas, shortinhos mínimos e corpos rijos serão memórias distantes dos fiéis frequentadores.

Vivienne Westwood, Herchcovitch, xadrez Burberry,
Fe-fetiche, Fê Fetiche é o apelido de uma delas.

As coxas tatuadas se escondem em mesas de plástico azul da cerveja sub-zero. Em mesas de um bar esquecido nas memória dos seus fiéis frequentadores.

Fê Fetiche cruza as pernas e beija sua amiga. Olá bom dia. A vida seria mais fácil assim.

Um cara entre vielas cheias de gente e ônibus lotado. Que se perde em alguns bares e se põe a ver a velocidade dessa gente. E rir da estupidez dessa lógica.

Comentários

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Últimas Postagens

19/01/2024 Sonhos Viciados

Reza em hospital

Tento lembrar se existia paz quando minha única morada eram as ruas líquidas do ventre da minha mãe. Reza em hospital. Peço a Deus ao menos os grunhidos das crianças lá fora.  Mergulho no meu mais triste silêncio. Os doutores, os relatórios, os sinais perversos dos desastres naturais que nos arrebatem. Eu rezo, quem sabe […]

Leia mais…

26/08/2020 Sonhos Viciados
O que será que leva dentro? O suor triste do operário?

Uma piñata feita com uma mochila Rappi

25/01/2019 Sonhos Viciados

São Paulo habita em mim

Eu sou todo saudade,Entre a São João e avenida liberdade. Eu sou todo um corpo violado,Um bar esquecido no altar suspenso das suas coxas. Eu sou todo pixo,Pura violência nos muros da sua intimidade. Eu sou todo abandono,Adormecido na fileira mais suja do cine Arouche. Eu sou todo saudade, afogado no barril de corote do […]

Leia mais…

12/08/2018 Sonhos Viciados

O comício se acaba e só o mar é infinito

Palavras de ordem em um caminho que ninguém passa. O grito das Poesias sonhadas & nunca ditas. O comício se acaba e só o mar é infinito. A fome devasta as crianças de olhos pequenos e pés descalços. Brincamos num mundo inventado onde os pederastas nos vigiam & só o sol castiga. As mentiras postas […]

Leia mais…

12/09/2017 Sonhos Viciados
Me sinto uma versão beta construída por estudantes primários fascinados por orgias que nunca participaram.

Esse é o meu poema mais ultrapassado

07/09/2016 Sonhos Viciados

A herança de todos os miseráveis

Eu carrego comigo: coragem, dinheiro e bala. Já disse um poeta, já disse um deputado. Você escolhe o palco da vida ou a Bancada da bala? […]

Leia mais…

Artista



Acervo público Metropolitan Museum of Arts, créditos: