Meu abrigo

07/08/2013 Zumbido Fugaz

Eram beijos roubados no portão de casa
Carícias escondidas no ônibus
Batata frita na boca do outro
Doces dados cheios de cerimônia
Querendo parecer que não era nada
E na real era tudo mesmo.

Pois passava o dia querendo
Encontrar algo que agradasse
Buscando em cada olhar
Desvendar os desejos sombrios
Para tentar realizá-los
Da maneira mais discreta
Aos olhos do mundo e mais singela aos seus olhos.

Então acordei e pensei: o que eu tô fazendo?
Tava me apaixonando, me deixando levar
Totalmente desarmada, nua aos seus pés.

E o momento mais difícil da vida de alguém
É perceber que está se deixando ir
Para dividir-se com alguém especial,
Mas eu me assustei, como assim?
Não posso, tenho que voltar para o meu mundo
E fechá-lo novamente, antes que…

Antes que eu fosse totalmente dependente de você.
E então, foi o que eu fiz, olhei em seus olhos
E disse: Não te amo mais.
Como consegui fazer isso?
Coragem de me salvar de uma suposta prisão.

Caminhei por um longo deserto de almas vazias
E quando não te vi mais lá para mim
Me encolhi e percebi como te quero tanto.
Descobri que ficar contigo não é prisão
É abrigo, é companheirismo, é sorrir de verdade.
Todos temos liberdade de escolha e eu escolhi você
Sem tantos porquês, não me perguntem
Deve ser o jeito como você fala comigo e com mais ninguém
O jeito como tenta se despedir de mim
Parecendo que nunca vai conseguir
ou a forma como me beija ardentemente…
Na verdade esse é meu enigma que talvez nunca desvende
mas preciso que você fique aqui, só comigo.

Um certo alguém simples que busca conhecimento e auto-conhecimento através dos escritos. Que se encanta por olhares e perde a noção do tempo tentando desvendá-los...

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