Me sinto um idiota

07/08/2013 Gritos do Nada

Seria maldade me pedir pra te descrever
Perderia horas em cada detalhe do seu corpo

Mas vem fácil na memória o sabor de morder seu ombro
E a maciez e a firmeza de sua pele me tirando do sério

O seu cheiro de banho tomado me abraçando no sofá
O som alto do seu riso quando lhe confidencio besteiras

E seus olhos quase fechados, sua boca semiaberta.
Todas as vontades concentradas num beijo e numa vida

Tem seu humor mutante, sua irritação fingida, suas broncas
A desatenção, a cara de boba e os pés gelados são inesquecíveis

Assim como nossas noites, nosso sofá, nossos lençóis, cobertores e futuro
Dividimos a cama com a mesma felicidade com que dividimos nossos sonhos

E no fim do dia, no último papo com a luz apagada
Sinto o sono vir enquanto vivemos o nosso sonho…

E todo tempo que tivermos parecerá ser pouco e meio inútil
Porque a vontade é descontar cada segundo que vivi sem ti

Mas acontece que, pra ser sincero, não sei a cor de seus olhos
Mas deve ser porque fico sempre hipnotizado ao olhar pra eles

E parado, em sua frente, me sinto como um idiota…
E na verdade eu sou, mas sou seu idiota e pra sempre!

Não sei se é preciso dizer, mas esse é para a mulher da minha vida (e esposa)!

Alguém que se perde facilmente entre cerveja, noites, amores, sexo, shows, músicas, letras, palavras, motos, asfalto, montanhas, amigos e nunca acha que é muito o muito pouco que viveu!

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Acervo público Metropolitan Museum of Arts, créditos: