Assombrado por ideias mortas, talhado pela rotina que constrói adoráveis mordaças e viseiras negras banhadas de petróleo e sêmen.
Debaixo do meu bigode uma menina brinca num sofá de segunda mão. Rodopia com infante alegria no palco onde muita gente já trepou e chorou sem nenhum constrangimento.
A manhã rotineira esconde os viciados e ilumina as coxas de todas as moças, queria me esconder na intimidade de todas elas, queria tomar um pito, um rebote, sentir algum arrepio.
Na cabeleira ácida do atraso e preconceito do velhote sem sono da esquina, mora todos os vagabundos destemidos da alameda Glete.
Meu estômago é tomado por uma úlcera, os assassinos lambem minhas unhas nesse instante final, o cachorro e a carroça cortejam meu corpo entre cachimbos e papelões cheios de poesias mortas e desenhos eróticos.
Escravos sem dentes, salas de espera, doutores e notícias da capa expostas em vitrines de retina
seca,
seca,
seca.
A menina rodopia debaixo do meu bigode, eu queria chorar sem nenhum constrangimento.