É um bar gay. Não importa o quanto eu afirme que sou hetero. Bichas, bichinhas, ursos, rudes, travestis, mulecotes, entendidos ou perdidos. É um bar gay que vende cerveja barata na augusta. E eu só não me importo. Tem até umas moças por perto, amigas dos gays. Elas se sentem em casa, no pior dos casos estão entre amigas.
O bar tem espelhos, igual aos puteiros dessa mesma rua e dá um clima bem decadente pra coisa. Refletem a cara suja, sacana, bicha ou qualquer falta de vergonha que você se permitir. Nisso eles se diferenciam das casas de diversão masculina.
Uma, duas garrafas. Se paga antes. Medida de controle por tanta gente que se passa no bar. Grite, fale alto, arrisque uma vodca, tudo bem. No fim se esta entre amigas. Na verdade o único sexo que me importa é o que eu vou ter no fim da noite, e o resto eu deixo você imaginar com todo pudor ou baixaria que você se permitir.
E as moças estão lá com os caras nem tão caras assim. Seguras e longe dos garotões que possam quebrar seu braço pois se negaram a ficar com elas. Voam firme na vodca ou copos que eu desconheço a origem e procedência. Peço mais umas ou duas cervejas, não requebro na pista e nem no embalo das luzes enfurecidas que atacam os espelhos, elas riem.
O dia já nasceu, um domingo ou um sábado que ainda não acabou. Acho que é isso, uma extensão da noitada. Vou pra rua e me dou conta que é o único bar que restou aberto, ao menos nesse clima baixaria. Dai me dei conta porque parei aqui.
Converso com a Ariane e com o Rodolfo. Ela tem uns 30 e poucos e meu amigo já laçou seu coração. É, as mocas estão prontas, como os caras. Ele deu sorte. E eu sinto que daqui a pouco é tempo da macarrônada da mama e ainda não fiz a minha vez. Nem sempre se acerta, o lugar errado na hora errada me abraçou num fim de noite infeliz. Pego meu ultimo cigarro e vejo a movimentação ás 9 da amanhã. Ainda to chapado, sem café da manhã. Vou pro outro lado da rua, vejo mais um pouco quem entra e quem sai. E vou me embora. Se a vida for uma roda eu fico feliz, porque nessa noite quem estava no topo era meu amigo e eu fugi do porão com espelhos, que rebatiam vergonhas e euforias.
Nota 5 pro bar de garotões. Cerveja barata, moças modernas, mas basta saber que existam lugares assim. Espero minha falta de sorte não impactar na nota do bar.
O bar não tem nome, mas é mais um desses perdidos na Augusta! Fácil de achar pela primeira vez, impossível de estar lá na segunda vez…
Thiagão foi e deu 5 corvinhos!
Cada um com seu rolê!
Bom cara levando em consideração que Ariane é algo muito próximo de Ariadna, talvez tenha sido melhor colocar na boca só as brejas e o cigarro!
Um bar gay talvez tenha surpresas demais pra amadores como nós!
Viu que eu coloquei os corvinhos né?
Na próxima vai pra Outs! Sempre se deu bem lá! rsrsrs