Troquei o anda e para do tráfego
Pelo perigo sincero do corredor
Troquei os vidros embaçados pela chuva
Por sentir o gosto dela com a viseira aberta
Troquei a prisão do para-brisa e do trânsito
Pela liberdade mortal das ruas sem fim
Troquei o sentado pelo montado
Troquei o seguro pelo incerto
Troquei tê-la do meu lado
Para senti-la apertando minha cintura
Troquei o carro pela moto
Troquei o parado pelo corrido
Troquei a certeza de 4 rodas
Pela incerteza de 2 e seu perigo.
Troquei buzinar e xingar
Por chutar e correr
Troquei ouvir o rondo do motor
Por sentir o rondo do motor
Troquei ver o asfalto do alto
Pra sentir o calor que emana dele
Troquei a música que sai do rádio
Pela sinfonia sem nexo da rua
Enquanto cair e levantar volto pra cima dela
Se meus joelhos aguentarem morro caindo dela.