O sol não vence a força da nuvem
A luminosidade parca confunde…
As pessoas fecham as blusas, apertam o passo
O sol perdeu por hoje, derrama-se a nuvem
E a garoa molha os vidros dos carros
O asfalto brilha, molhado, com as luzes dos postes
Ainda é cedo, o relógio digital na praça marca 17:00
Mas o céu escuro acende as amarelas luzes das ruas
Casacos se fecham, olhos se fecham também, garoa e vento.
As cabeças descobertas se curvam ante o frio…
Não é dia de estar na rua, nunca é dia de estar sozinho
Os ônibus partem lotados, as janelas embaçadas
Os carros parados, as motos de pilotos encapotados
Passam com cuidado por entre os carros, a pressa é eterna
Quase ninguém vê a beleza das luzes refletidas nas ruas
O barulho hipnótico dos pneus sobre o asfalto molhado
Assim como ninguém vê as sombras nos sorrisos forçados
Pois mesmo nos dias de frio, poucos têm o calor de um abraço.
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