E se eu viesse do futuro e te dissesse que por lá é tudo igual?
As mesmas propagandas & marcas & gostos de refrigerantes.
O mesmo medo dos ladrões & do próprio silêncio & da fofoca dos vizinhos.
Se ainda houvesse talvez & nossa ingênua esperança de que amanhã vai ficar tudo bem.
Os trens continuarão rangindo com fúria & correremos réfens do relógio. Mais um the end da Disney, novos vírus de computador para os mesmos fins.
As contas ainda estariam todas se acumulando na mesa & os juros continuariam nas capas de jornais, ainda impressos. Como na nossa moda, moda antiga, moda dos meus pais, de toda antiguidade.
Ainda estaria ai? Recebendo teus pagamentos, a troco de quê?
Quem plantou em nós a ideia que tudo isso é importante? Quem tirou o brilho de nossos olhos?
Será que devemos criar um novo dêmonio pra tirar da gente a culpa de nós mesmos. Ou travestir nossa covardia em plantar bombas no peito de nossos inimigos & viver nossos verdadeiros amores.
Eu vim do futuro e por lá é tudo igual. Olhares assustados nunca se cruzam no metrô & nossos sonhos não são nossas plenas vontades.
Eu vim do futuro e por lá é tudo igual.