A morte tem rondado minha vida
Tem andado pelos meus caminhos
Às vezes a vejo de relance
Mas nunca enxergo seu rosto
Que escorre pelo rosto
Entra pelo canto da boca
Sinto gosto de choro
Pena que ela nunca vem só
Que não pega a tristeza e leva com ela
Vem sempre aos borbotões
E sempre vai embora sozinha
A morte não amanhece
Uma senhora da noite, da escuridão.
Que assiste a dor de quem envelhece
E acaba com a vida sem perdão
No fim o que nos resta é tão pouco
Quando ela se vai nada sobra pra contar
Sobram os amigos e um choro rouco
Que faz estranhos os dias que ele vem nos visitar
E naqueles dias estranhos, só
Quiz tanto um forte abraço
Que até aceitaria de bom grado
Os braços e o peito da morte