O dia começava com os berros do despertador…
Banho, barba… ponto do ônibus!
Passava com raiva o Bilhete na catraca…
O dia começava e não era bom…
R$ 2,50: seu pingado e o pão com manteiga
Via restos de notícias na TV da padaria…
O dia era uma eterna repetição…
As mesmas piadas, os mesmos sons
Seu sorriso de verdade era só pro relógio
Que lhe dizia a hora certa de ir almoçar
Metade do dia e ainda não era bom
Tinha que fazer as coisas pra que era pago
Carimbos, telefones, e-mails e falta de educação
Seus paraíso eram as 18hs e o fim do trabalho
Em casa liga a TV, e assiste o velho jornal
Que fica vomitando meias verdades da TV
Ele se impacienta enquanto não falam do futebol
A noite é só um hiato, um breve interlúdio
Onde o silêncio não pode ser cortado
Nem por suas lágrimas ou insatisfação
A noite é o esconderijo da sua tristeza
TRIMMMMM TRIIMMMMMM TRIIMMMMMM
Berra alto o despertador!
Ele levanta e coça os olhos inchados
Mas dane-se: banho, barba… ponto de ônibus!
O dia começa sem perguntar nada a você
Mas hoje não! Pensou ele! Hoje será diferente
Chega apressado ao balcão da padaria!
Corta o bom dia do balconista com seu pedido:
“Por favor! Um choconhaque e uma coxinha”
Nesse dia foi tudo que se permitiu mudar…