Perdeu força onde ninguém mais tentaria
Quis ser diferente… quem sabe o que ele quis?
Penou nos dias e nas noites,
Sonhou com coisas poucas e perdeu
Senta agora sobre a ausência
E conta os azulejos da parede
Perdeu algo nessa história,
Talvez o fim dos amores impossíveis
Ligou o velho som do quarto
Ouviu uma música ruim do Ira!
Xingou e ignorou seus erros
Enquanto Nasi cantava:
“Só existe uma mulher”
Lembrou que não gosta de fossa
Pegou o celular, discou
Desistiu, jogou ele sobre a cama
Pegou a jaqueta surrada e abraçou sua moto
Correu o mais rápido que pôde entre os carros
Pelas ruas molhadas de São Bernardo…
Tirou do bolso a lata de spray
Que achou perdida na garagem
Procurou o muro mais escondido
…
Subiu na moto e sumiu
Deixou pra trás um sentimento
Escrito com letras negras escorridas
No muro mais escondido da avenida:
Solidão, solidão
Um vinho tão bom
Que se bebe sozinho
Com sangue e com carinho
Com medo e com amor
Com vontade de chorar