Lúcida loucura

15/05/2012 Colunas - Zumbido Fugaz

Ela cantaria: ” Adoro essa sua cara de sono
e o timbre da sua voz que fica me dizendo coisas tão malucas…”
Mas eu disse, ela cantaria, se fosse cantar.
Só que hoje sua tristeza não consegue ultrapassar
a linha do cinismo do: ”Oi, tudo bem?” ”Tudo bem.”
Hoje ela não poderia admitir que naquele corredor
ela se fazia presente, não era coincidência
te esperar pra receber um sorriso.
Ela só achou que a vida quis ensinar-lhe
a permanecer mais no platonismo.
Ela sabia que no final poderia não valer tanto assim…
Mas e se valesse?
E se os desencontros forjados fossem desnecessários?
E se dessa vez agir na história
mudasse seus sorrisos?
Ela não sabia e também não ia adiante,
quando viu aquele ”NAMORANDO” deixou-se levar,
imaginou mil filmes em sua frente
todos protagonizados por ela, mas não eram.
Aquelas fotos eram de todos, menos dela.
Foi mais feliz só imaginando?
Eu não sei… Só sei que ela fechou os olhos
deixou a última gota de esperança percorrer
seu rosto pálido e secar-se sozinha, perdeu-se…

E deixa-se emocionar-se por ficção científica
mas amor? Amor? Que nada…
Ela é tão racional que você não veria
uma nota de ternura nela…

Um certo alguém simples que busca conhecimento e auto-conhecimento através dos escritos. Que se encanta por olhares e perde a noção do tempo tentando desvendá-los...

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Artista



Acervo público Metropolitan Museum of Arts, créditos: