Fim do expediente – Outra teoria sobre liberdade

29/10/2012 Colunas - Sonhos Viciados

Conflitos confinados na pasta do senhor solitário na mesa do bar.
Uma chamada para acompanhar seu copo raso de conhaque.

Mais advogados em outra mesa.
Apaixonados em suas teorias, deve ter no Vade Mecum, na lei, no artigo, em algum lugar aí dentro.

Fim de expediente, corpos aprisionados em seus ternos, saias justas e salto-alto.

Talvez eu deva crer que eles são presos para eu me sentir mais livre. Essa deve ser a lei da compensação.

Todos enclausurados eu seus condados, seu ternos de grife ou calças surradas.

Fim do expediente, uma chamada para não sentir sozinho.
Um copo raso de conhaque. Ajuste os canais, a freqüência, o volume.
Deixe descansar essa tal liberdade.

Um cara entre vielas cheias de gente e ônibus lotado. Que se perde em alguns bares e se põe a ver a velocidade dessa gente. E rir da estupidez dessa lógica.

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Acervo público Metropolitan Museum of Arts, créditos: