Um apartamento sem móveis.
Ela gosta de tomar sol no chão da sala.
Hoje a noite tem festa.
Ultimamente venho aproveitando os dias seguintes.
Sem ressaca, mas com todas as dores de bêbado ressentido.
Ela fez as unhas, arrumou o cabelo.
Ressentimento de bêbado,
já cheguei nas tuas feridas, mas não sei dos teus segredos.
O vento atravessa a sala, cozinha, silêncio.
Olhando assim ela não tem medos, só uma camisa – minha. Suada, ela e a camisa.
Aqui uma escrivaninha, ali os fios da tomada – carentes de reparo.
Corrente alternada, nossos corpos dissonantes.
Outra frequência, hoje tem festa.
Ressonância, química, magnética.
Um apartamento sem móveis.
O vento atravessa a sala, cozinha, silêncio.
Hoje tem festa, ela arrumou os cabelos.
Relógio adiantado. Ressentimento de bêbado.
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