Vida singela

10/04/2012 Colunas - Zumbido Fugaz

Ela tão despretensiosa que não importaria o fim
andava como um zumbi entre os seres maquiados
e você acha que ela se preocupava com o que falavam?
Ela ouvia tudo filtrado pelo system dela…

Suas noites eram dolorosamente apavorantes
deitava e gritava, gritava tanto…
Não era mais encenação, não era o típico teatro
era o corroer de uma vida que maltratava.

E chorava, chorava tanto e adormecia soluçando
os vizinhos nem mais ficavam curiosos ou ajudavam
era algo que quem sabe o tempo curasse ou um suicídio.
Nem tentava a arte do sorriso, pra quê? Doía-lhe mais.

Caminhava pelo sol quente das 13h e não sentia nada
além de uma vontade imensa de mergulhar em suas próprias
lágrimas, medos, intrigas, loucuras e futilidades,
mas o mundo não deixava, hora de voltar ao trabalho!

Na madrugada de hoje sorriu para o próprio quarto
que empregava lembranças de um passado bonito
que não permeava mais o presente momento melancólico
admirava uma adaga que ganhara do seu único amor
que colecionava-as e a deu como um símbolo do estranho amor.

Enfiou lentamente aquela pequena adaga em seu peito esquerdo
tão dormente estava que a dor de viver era pior do que aquela
retirou-a e enfiou mais uma vez, tão fundo que nem imaginava
eu intrigada com a falta de gritos naquela noite a encontrei
com as últimas lágrimas da sua existência e o sangue que coloriu
perfeitamente o cenário sombrio daquele quarto vazio…

Um certo alguém simples que busca conhecimento e auto-conhecimento através dos escritos. Que se encanta por olhares e perde a noção do tempo tentando desvendá-los...

Comentários

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Últimas Postagens

13/11/2024 Gritos do Nada

Vilão?

todo mundo é vilão na história de alguém o foda é ser vilão na própria história também a faca rasga o braço e o que sai é sangue ou sofrimento?eles nem olham no seu olho, mas rápido dizem “eu lamento”lamento o que, diz aí? lamenta pelo que eu fiz ou pelo que sofrilamenta pelo que […]

Leia mais…

09/11/2024 Gritos do Nada

Os gritos que não dei

Seguro o choro segura o choro!Que agora é hora de sorrir! finge um sorriso pro insta!segura essa lágrima que quer cair!! todo mundo te pergunta se você tá bem, mas ninguém quer a resposta!Cada um fechadinho no seu mundinho de bosta!abre a janela, tira o olho do celular! Pega o sol, a vida bela, se […]

Leia mais…

19/01/2024 Sonhos Viciados

Reza em hospital

Tento lembrar se existia paz quando minha única morada eram as ruas líquidas do ventre da minha mãe. Reza em hospital. Peço a Deus ao menos os grunhidos das crianças lá fora.  Mergulho no meu mais triste silêncio. Os doutores, os relatórios, os sinais perversos dos desastres naturais que nos arrebatem. Eu rezo, quem sabe […]

Leia mais…

24/12/2022 Gritos do Nada

Jogadas ao vento

As paredes não enxergam Mas dizem que tem ouvidos Beliscam azulejos, beijam cotovelos Os loucos fazem o impossível Deita sobre a relva o amor Que se desfaz em orvalho na grama Só entende quem ama! Mas tudo está por dizer Nada NUNCA foi feito E sem feito nada será Cubro o rosto com a capa […]

Leia mais…

22/12/2022 Coletivo

Ruas, pessoas e perdidos

Rua, pessoas e movimentos estreitosOlho pra fora, o mundo já não é o mesmo Prende a respiração, segura o choroOlho pra dentro, vazio e desespero. No chão bitucas de sorrisosNo céu o canto triste das estrelas Tudo é meio, nada é fimOs mesmos erros que não canso de repetir Toda noite eles cantam pra mimAmanhã, […]

Leia mais…

26/08/2020 Sonhos Viciados
O que será que leva dentro? O suor triste do operário?

Uma piñata feita com uma mochila Rappi

Artista



Acervo público Metropolitan Museum of Arts, créditos: