Eu não…

26/11/2011 Gritos do Nada

Ainda não fiz minha melhor poesia
E creio que nunca a farei

Não dei o melhor dos meus beijos
E o próximo será sempre o melhor

Não amei todas as musas
Mas me agarrei a que mais amei

Ouvi todos os conselhos
E errei quase todas as vezes

Estudei os melhores caminhos
E no fim tentei um atalho

Jurei por vezes que “nunca mais”
E fiz de novo e de novo sem rancor

Xinguei, chorei e odeiei
Pra depois abraçar e perdoar

Fui também perdoado milhares de vezes
E em muitas eu não me perdoaria

Não fiz tudo que quis
Mas sou tudo que fiz

Perdi-me entre as manchas da calçada
E levantei com o sol, de madrugada

Gritei bobagens pras pessoas na rua
Sonhei da hora que acordei a hora que fui dormir

Me vi entre as gotas das chuvas
E abri a boca pra sentir o gosto do céu

Prometi nunca magoar
E com pesar desfiz a promessa

Já fui criança, crendo em tudo
E adulto ainda assim sou criança

Perdi minha vergonha numa curva qualquer
Não sei se da vida ou de uma cintura

Não perdi a vontade de ir além
E sempre me perco na tentativa

Estou perdido sim…
E estou feliz!

Na real eu sou perdido!
Mas sou EU assim!

Alguém que se perde facilmente entre cerveja, noites, amores, sexo, shows, músicas, letras, palavras, motos, asfalto, montanhas, amigos e nunca acha que é muito o muito pouco que viveu!

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Acervo público Metropolitan Museum of Arts, créditos: