Histeria, rituais de dança,
Narcóticos, nossos corpos suados.
Mais um fim de semana. Dopamina, feriado.
As crianças fugindo das escolas,
Os adultos embriagados.
Defuntos me encaram, domingo mergulhado em marasmo.
Mensagens cifradas na TV,
Decodificador digital pra me deixar morto. Decodificado.
Já não me conheço entre espelhos e silêncios.
Não reconheço os vizinhos e seus filhos pequenos.
Cadáver com pipoca nos dentes.
Anjos murmurando entre as paredes. Velhas com o ânus alaranjado almadiçoam deuses e coxas de bondade e luz.
Sinto um câncer sufocar as minhas tripas enquanto lavo as janelas do banheiro.
Já não me conheço entre espelhos e silêncios.
Sinto os olhos indiferentes vencerem minhas veias.
Meu corpo contaminado descansa na cidade que oferece os sábados para rituais de dança e perdição.