Poesias eu fiz pela revolta, infantil e até injustificada.
Escrevi pelas dores e pelas alegrias… Poesias eu fiz pra me gabar!
E podem não acreditar, mas poesias eu também fiz pra conquistar… como fiz depois pra lamentar perdas, as do coração e as da vida.
Muitas vezes o amor (ou o tesão?) transbordou dos meus dedos e virou poesia cheia de rimas e métrica e essas bobagens!
Ah o amor, quantas vezes me envergonhou ver na tela todo meu sentimento, brega e bobo, espalhado em palavras e palavras…
Como se as palavras (malditas sejam) fossem suficientes!
Quando as palavras bastam não são necessárias, quando as palavras não bastam, não são precisas!
Chorei só através das letras muitas vezes, e só chorei na tela pra manter no rosto um sorriso forçado…
Pois fiz poesias para as minhas verdades e fui sincero até quando fiz poesias para minhas mentiras!
Com a liberdade poética contei segredos que tenho vergonha de lembrar e esperei que todos lessem sem saber!
E mesmo assim nunca prestei contas a ninguém, nunca tive coragem de me explicar…
Lá em cada letra, palavra, vírgula, verso, assento, imagem, link muitas vezes tem mais de mim do que em mim mesmo!
Sou poeta sujo e faço da minha vida uma obra grosseira, disforme, incompleta, sublime, suja, linda e acima de tudo minha e original!
Não posso dizer que faço poesia pra viver, não vivo disso e longe de mim tal pretensão… mas posso dizer que vivo pra fazer poesia, que é a vida o principal combustível das minhas viagens com as letras…
Até porque considero que poetas somos todos nós, porque, afinal e ao cabo, poesia é o mundo inteiro!